A Maratona
Na realidade todos gostamos
de desafios e é condição humana superá-los. Para os superar construímos estratégias,
definimos linhas de actuação, métodos inovadores e alguns arriscados, mas que
achamos serem os mais eficazes. Os que ousam desafiar as leis do conforto e do
comodismo e se propõem fazer estas aventuras, têm bem definidos os seus objectivos
e sabem como os atingir (mais ou menos)
Não conheço ninguém (não quer dizer que
não haja) que faça apenas por espírito aventureiro, sem uma base de trabalho e preparação
prévia e com uma condição psicológica fortemente marcada pela resistência á dor
e ao sofrimento. Sim, porque iniciar uma prova de longa distancia como a
maratona é ter como garantia a dor e o sofrimento. Acho até que é condição prévia
sem a qual não seria Maratona.
Bem, relatam os entendidos (é
uma das versões mais aceites):
Remete-mos o Tempo ao ano de 490 a .C., quando soldados
atenienses marcharam até a Planície de Marathónas (Μαραθώνας) Cidade grega pertencente á área concelhia (?)
de Ática na periferia de Atenas, para combaterem os persas, na batalha que fazia parte das Guerras
Médicas. Como estavam em um número muito menor, os gregos precisavam de
reforços para conseguirem a vitória. Desta forma, o comandante Milcíades
resolveu escalar um de seus melhores soldados para cobrir a distância de 40 km , que separava a cidade de
Marathónas da capital Atenas.
Pheidippides foi o escolhido para a tarefa de percorrer o percurso acidentado até a actual capital grega. Quando lá chegou esbaforido e vermelho como uma malagueta caiena, conseguiu reunir cerca de 10 mil soldados, com os quais voltou para o local da batalha.
Após a vitória sobre o poderoso exército persa, Milcíades decidiu mandar novamente ( para mim era motivo para o soldado desertar) seu experiente corredor até Atenas, para passar a boa notícia.
com os bofes de fora Pheidippides correu novamente os cerca de 40 km que separavam as
cidades, e quando chegou conseguiu apenas dizer uma única palavra antes de cair
morto. “Νενικήκαμεν” (Vencemos). a falta que faziam os telemóveis!!
(resumo de fontes várias,
senão saberia lá eu que tinha havido guerras médicas e que o Milcíades
entalou o Pheidippides)
Corria o ano de 1896, em homenagem ao herói ( tótó) grego, os organizadores dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna decidiram criar a prova, que, a princípio, possuía cerca de
Ok, já sabemos mais um pouco sobre a história da
maratona, mas porque consegue a aderência de dezenas de milhares de pessoas
todos os anos em todas as partes do mundo?
Porque é um enorme desafio
pessoal para uns, porque é uma aventura para outros, porque pode existir uma causa solidária para todos, altruísta pois destina-se
a angariar fundos para obra social, em homenagem a alguém que poderá já não
estar entre nós. Todas as razões são válidas e aceites. Nem todos correm só
pelo gosto da corrida, cada vez mais se vê pessoas a correr com outras motivações.
Como referi no inicio a dor é condição prévia da maratona, quem se inscreve e
participa sabe que vai sofrer em algum ponto da mesma, agora vimos a existência
de sofrimento, de causas sociais, etc..não haverá aqui também um questão de Fé?
Não queria entrar por aí e
vou sair o mais rapidamente, mas acho que sim ..Mas uma fé em sentido restrito,
único e intransmissível, muito pessoal e intimista
Pelo que em sentido lato, universal
impregnado de fé religiosa cristã ou outra, não me parece lógico e isso tem outro nome ( romarias)
O desporto tem essa particularidade única de aproximar
as pessoas, de as tornar mais solidárias, mais interessadas para os aspecto da
vida de todos nós, correr por todas as causas é a minha motivação para esta prova ( Maratona de Lisboa) e correrei por
quem não pode, por quem precisa, pelos doentes e pelos
necessitados, por quem já partiu e pelos que sofrem. E tambem pelo meu pai homem simples e
melhor amigo a vida me ofereceu e que a ordem natural da vida me levou.
Se a Maratona é um desafio ..correr por todos é uma
honra!!!
2 comentários:
Também vi t-shirts do "correr por quem não pode" na Meia Maratona da ponte Vasco da Gama. Em último caso, todos corremos porque "podemos", e esse é um privilégio de que nem sempre estamos conscientes.
Bonito texto.
Olá M
obg pelo comentário.
sem duvida que se pensassemos um pouco seriamos muito mais felizes
bj
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