Caro Diário de corridas
Faltam 45 dias e mais umas horas
Sempre que possível, venho aqui a este cantinho e registo o
que fui fazendo durante a semana
Como referi em post anterior os últimos tempos foram de grande
felicidade desportiva, o joelho não me doía há uns tempos, sentia-me forte e
até acompanhava amigos nos seus treinos.
O meu erro foi esse.
Depois de um longo período de treinos a solo, comecei a
procurar e a ser procurado por companhia e a partilhar treinos nocturnos com vários
amigos 5 estrelas:
O Sr. Almeida e a
filha Inês ambos campeões da milha e dos 3km, o Marco que limpou o 7º da geral
do GP do Fim da Europa com 01:04:23”, a Inês Costa (20 anos) fez 11,30” nos 3km a Inês
Almeida fez 10;36”
, o Marco faz 34`aos 10K e o Sr. Almeida fazia 31 `aos 45 anos ..Hoje tem mais
uns quantos mas não diz ehehhe (vocês já viram onde estou metido?)
Durante a semana fiz 2 treinos apenas, nem tem a ver com o
facto de chover ou do frio ou do que quer que seja, foram 2 apenas e é melhor
200% do que não fizesse nenhum.
No treino de 5ª feira, tínhamos pensado ir até ao Seixal, e
poucos kms mais á frente encontrámos uns colegas que iniciavam também o seu
treino e não se importavam de nos acompanhar. Decidiu-se que a volta do seixal
era fixe e cabia dentro do tempo previsto por todos. Os novos amigos são a Inês
e o Nelson. A Inês é filha de uma atleta amiga e que conheço muito bem pois somos
da mesma idade (Amélia Costa) o pai outro grd atleta, privei com ele muito
tempo desde os tempos de escola, marinha e mais tarde no duatlo. Só para verem
a ascendência da miúda a mãe arrancou em Outubro passado o 8º lugar na Maratona
do Porto 2012.
Está tudo dito! A sua passada é igual á da Amélia, curta,
rápida e com forte rotação dos membros superiores, os primeiros kms foram
pacíficos com médias mais próximas dos 4,30” do que dos 5` /km
Os kms sucediam-se, paio Pires, Centro de Estágio do
Benfica, barcos do Seixal. 8,9, 10
km . Sentia-me bem contávamos piadas, comentávamos as noticias
e falávamos do tempo, nem queria acreditar estava mesmo impecável, há muito..muito
tempo que não me sentia assim..Já de regresso sempre de frente para os carros, atravessámos
as ruas e vielas da histórica vila piscatória com ruelas a cheirar a sargaços e
a peixe. De frente as luzes dos carros perturbam-me tenho fotofobia o que é uma
enorme sensibilidade á luz, diziam que é típico de pessoas de olhos claros..Treta!!
fico quase cego quando um carro em
sentido contrário me aponta as luzes..com receio saltei para o passeio de pedra
para me poupar, com as chuvas as pedras que se encontram por debaixo dos
beirados ficam frouxas pois a areia e a terra que as seguram desaparecem, dando
lugar a um espectáculo incompreensível de amontoados de pedras junto ás paredes
e buracos nas calçadas. Pois foi para evitar um buraco que dei um salto enorme e
aterrei com o pé direito em cima de uma pedra que não vi, pequena e cinzenta
passou despercebida naquela mescla de cores e de reflexos entre a luz dos
candeeiros, dos carros e da lua.. senti o joelho como se fosse um objecto solto
numa caixa, sabem a sensação de levarmos algo mal acondicionado na mala do
carro e aquilo anda pra ali aos trambolhões, tal e qual..!!
O ritmo mantinha-se forte e as dores iam aparecendo,
primeiro uma leve sensação de calor, seguiu-se a rigidez e a sentir as
conhecidas dores que me atormentaram durante todo o ano passado. A 5 kms de
casa não queria regressar a passo nem a hipotecar o treino dos colegas que
olhavam para mim preocupados “Com calma Jorge..vamos mais devagar “ seguiu-se
um período em que o ritmo deixou de ser importante (gostaria de manifestar a
solidariedade demonstrada por todos com um forte abraço) Como já me conheço, não queria que perdessem um treino por minha
causa e pedi que continuassem que eu ia com calma, após insistência a Inês e o Nelson
seguiram e fiquei com o Marco num ritmo mais calmo e onde pude finalmente
libertar uns quantos palavrões que estavam entalados na goela.
Consegui chegar a casa sem parar com uma sensação estranha, um
mix emocional. Se por um lado estava feliz de ter acompanhado aquele grupo, e
ter feito muitos treinos acompanhado recentemente, foi também a confirmação, a
verdade dos factos “ Estou outra vez no estaleiro” porque forcei demais, fui
longe demais. Não estou talhado para corridas de velocidade, não posso
acompanhar atletas daquele nível..ponto!!
Ás vezes penso que devia abandonar de vez as corridas mas não consigo, pois
sinto uma energia imensa que se transforma em felicidade quando estou a correr,
só quem corre e ama o desporto sabe o que digo, sabe bem o que digo para lá das
palavras.
Desde esse dia fiz mais 3 treinos (sozinho) no meu ritmo e
com o meu tempo.
dados relativos á semana passada:
De 2ª a domingo treinei alternadamente e totalizei 3 treinos
de média duração:
2ª 17,50k
5ª 17,88k
Dom 10,00 k
3ª: 7, 0 K
5 comentários:
Abandonar, Jorge? Nunca!
Eu acho que se trata simplesmente de "timing". Neste momento estás a preparar-te para uma Maratona, o ritmo deveria ser diferente. Não tens de abandonar, tens de adaptar!
Digo eu, que pouco sei sobre isso, mas sei que não vais gostar de abandonar o caminho de Badajoz a meio.
Beijinhos
Olá João:
O que me aborrece é que a própria lesão parece ter vida própria. Desistir não faz parte do vocábulo de pessoas como nós e há que seguir em frente nem que seja a andar :)
abraço
Olá Rute
tens toda a razão, levei longe demais a minha vontade. Adaptar é a palavra certa. Os espanhois já ficaram com Olivença não vão ficar com o meu dorsal!! :)) Obrigado pelo teu carinho e amizade
bjs
Muita força Jorge. Como diz a "menina" há que adaptar os treinos agora apenas para a maratona. Se entretanto já voltaste a treinar é porque felizmente a lesão não foi grave.
Abraço e continuação de boas corridas.
Olá Tiago,
sem duvida adaptar vai ser a palavra de ordem a partir de agora. treinar moderadamente e ao minimo sinal de alerta "escutar" o organismo. ontem descansei hoje retomo devagar
obg pelo apoio
abraço
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