Ando atado por atilhos

Tenho uma reclamação a fazer!

 – “Ando atado por atilhos e não presto pra nada!”
 
Feita a reclamação passo a descrever os motivos para tal afirmação.
     Depois de 3 dias de sorna ontem voltei a correr, planeei treinar num ritmo confortável a circundar a magnifica vila do Seixal. Mais uma vez não consegui sair cedo de casa apesar de me ter levantado por volta das 6.30h. Fiquei nesta noite no Hotel Costa da Caparica http://www.hotelcostacaparica.pt/ Um magnífico hotel perto de casa e em frente a uma praia que frequento desde miúdo, alojado numa suite de frente ao mar dormi de janelas escancaradas e pude apreciar os primeiros sinais do dia sobre o magnifico atlântico que se estende aos nossos pés. Por volta desta hora já se vê muita gente de pranchas á ilharga e fatos de neoprene vestidos, corredores ocasionais e outros que levam a corrida mais a sério a percorrer o enorme paredão.
   Adoro correr junto ao mar, talvez por isso participe anualmente num empeno enorme de Melides a Tróia, participe nos treinos lunares (Costa Caparica - Lagoa albufeira - Costa Caparica) e faça uns kms entre a fonte da telha e a Costa Caparica e voltar sempre que o tempo e o trabalho permitam.

         Ás 10.30h estava em casa depois de ter parado numa frutaria a comprar fruta e legumes. Na minha casa funciona o modelo democrático por excelência com direito a oposição, realização de comissões da especialidade e tudo.. É obvio que com 2 putos a residir na estância eles é que ditam os horários e as saídas. Ontem o mais velho (Ricardo) quis ir de bike fazer a mesma volta e eu a correr para fazer o treino longo de domingo que planeara fazer mas nunca àquela hora (quase 11h) como há 3 dias não fazia népia e com a convicção de que os quase 2 kg ganhos tinham que desaparecer meti-me á estrada ignorando a dor (recente) no tornozelo direito, a dor (antiga) do joelho direito, a dor (nova) nos quadris, a dor de cabeça (adquirida no momento) por ter tantas dores. Mesmo assim continuei tentando aquecer calmamente e a desejar que desaparecem rapidamente, uma após outra foram desaparecendo de facto á excepção do tornozelo que se mantém mas não me impediu de treinar felizmente.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ontem a maré estava cheia e a baia do seixal ganha alma nova, dezenas de pessoas fazem caminhadas pelas suas margens remodeladas e alguns fazem os seus treinos mais tardios. Encontrei-o na esplanada em frente ao rio, desliguei o GPS e bebi uma água e saímos novamente agora acompanhado, atravessámos a vila e dirigimo-nos ao centro de estágio do Benfica, subimos em direcção aos BVS (Bombeiros Voluntários do Seixal) e nisto passa um carrão por nós nada mais que um Áudio r8 que encosta logo a seguir. Ao volante o amigo yannick djalo grande abraço, fotos da praxe e ocasional troca de palavras de motivação e amizade pelo rapaz humilde que é. 

Sem tiques de vedeta, por debaixo do boné está um tipo impecável que merece a minha amizade.

devia torcer o pipo ao fotografo*

 

 

Rumámos a casa pois o calor estava a apertar e o Ricardo decidiu ir mais depressa para casa mas levou as habituais recomendações que lhe dou de como andar na estrada de bicicleta e dos cuidados extra que deve ter, eu acelerei tentando que a cadência aumentasse, mas cruzamentos, rotundas e mais rotundas e cruzamentos sem sinalização reduzem bastante os tempos. É bem conhecida a cortesia Tuga quando se senta por detrás de um volante, desde as tangentes aos peões, as passadeiras ignoradas, a queimar os sinais amarelos, sinais de stop que estão ali para inglês ver. Mas a natureza humana não pára de nos surpreender ontem pela primeira vez vi um cão de raça perigosa a passear um cachorro. Um tipo gingão de calças pelas nalgas e cuecas á mostra passeava um cachorro de raça pitbull pelas ruas, com uma trela que deveria pesar tanto como o cão, coleira de espinhos, açaime e….hosanas senhor salvai-nos que vem aí o fim do mundo... o tipo ladrava, a sério!! Vi-o a ladrar para outros cães incentivando o pobre desgraçado que apenas teve azar de cair naquelas mãos. Depois das notícias de ataques e mortes por animais que vivem em condições miseráveis e atacam os seus donos e outras pessoas, estes mitras fazem isto. Eu tenho um rottweiller e se alguma vez me passava pela cabeça andar nesta treta, socializei o cão o mais que pude e soube, convive com pessoas e outros animais e é um cão meigo, mexo na sua comida e é um cachorro comum apenas com uns dentes maiores e mais gordo.

 

Não resisti a comentar-lhe que não é assim que se educa um cão referenciado como raça perigosa, que a culpa é dos donos que nem um gato deveriam ter e voltei as costas ao parolo de boné ao contrário e rosário ao peito ao melhor estilo das irmãs carmelitas. Se rosnou ou ladrou terá sido para dentro pois não ouvi nada.

Bem.. siga pra bingo, arranque final de mais 2km até casa. Treino concluído em 1.25´h com 15,298m no bucho e a dor no tornozelo que se manteve apesar de fazer gelo a tarde toda. É assim quando se já é quarentão!